Um dos maiores desafios do Partido dos Trabalhadores (PT) tem sido aproximar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva da comunidade evangélica, mas, para o prefeito reeleito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, isso não deveria ser um obstáculo.
Paes acredita que o histórico político de Lula inclui a defesa de pautas que, em sua opinião, refletem a essência do pensamento cristão, como o programa Bolsa Família. Para o prefeito, o valor cristão de cuidar dos mais pobres e melhorar a vida das pessoas faz com que, se for para seguir Jesus, seja melhor estar ao lado de Lula.
“No cristianismo, se ensina que você tem que cuidar dos mais pobres, melhorar a vida das pessoas, ser mais solidário, mais humano. Então, se for para seguir Jesus, é melhor estar com o Lula”, afirmou ele ao jornal *Folha de S. Paulo*.
Entretanto, Paes parece ignorar que as políticas ideológicas de Lula e do PT, maior partido da esquerda na América Latina, defendem pautas que vão contra princípios da moralidade judaico-cristã, como a legalização do aborto, a ideologia de gênero, o “casamento” gay e a descriminalização das drogas.
Parece que, ao tentar aproximar Lula da comunidade evangélica, Paes simplifica a visão cristã ao reduzir o Evangelho a aspectos sociais, como se a mensagem de Jesus se limitasse ao cuidado com os pobres. De acordo com a *Folha de S. Paulo*, Paes acredita na reeleição de Lula em 2026 e na possibilidade de aumentar o apoio evangélico ao petista, argumentando que “a igreja não é de um homem, é de Deus”.
Paes também questiona a visão maniqueísta de que há um confronto entre o bem e o mal. “Não é o bem contra o mal, nessa visão maniqueísta do mundo, ‘eu sou Deus, você é o diabo'”, disse ele, mais uma vez destacando o aspecto assistencialista do Evangelho.
O prefeito continuou sua defesa, afirmando que Lula não promove pautas anticristãs e nunca perseguiu os evangélicos. Para Paes, o presidente sempre se preocupou com questões concretas da vida dos evangélicos, como o Bolsa Família, transporte público e o Minha Casa, Minha Vida, que atende principalmente pessoas da comunidade evangélica.
Paes concluiu dizendo: “Ele sempre defendeu o Bolsa Família, transporte para as pessoas mais pobres, o Minha Casa, Minha Vida, em que a maioria das pessoas são evangélicas. É um sujeito que trabalha muito com os evangélicos”. No entanto, a visão de Paes sobre a relação entre Lula e os evangélicos, embora politicamente conveniente, parece contradizer declarações anteriores. Em 2016, por exemplo, vazou uma conversa entre Paes e Lula em que ambos se referiam à comunidade evangélica de forma pejorativa.
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